sábado, 18 de abril de 2009

Vida sem sentido



Por que às vezes queremos ser outras pessoas? Ou por que, às vezes, outras pessoas gostariam de ser quem somos? Recentemente estava lendo as postagens de uma pessoa na Internet em um site de relacionamentos. Fiquei me perguntado porque muitas das coisas que ali estavam escritas eram frutos de minhas contemplações, ou até mesmo, os meus pensamentos e meus clichês. Seria coincidência? Poderia pessoas distintas ter um grau de proximidade tão intenso ao passo que o pensamento de um pudesse se tornar o pensamento do outro? Não compreendi. Muitas pessoas já haviam me falado que essa pessoa tinha verdadeira obsessão por mim, pelo o que eu era, como eu falava, vestia ou me comportava... Distante dos meus olhos ele era tudo o que eu era. Perto, era um escravo vestido de arrogância. Nunca levei muito a serio os comentários de que ele queria ser Augusto, visto que, até certo ponto, aquilo me vangloriava e elevava o meu espírito ansioso por elogios e cumprimentos. Não só não me importava, como também não me incomodava, até ontem. Ao ler meus pensamentos, minhas indagações e meus comentários como se não fossem meus, fiquei incomodado e até certo ponto chateado. O que leva outra pessoa a abnegar sua vida pela causa de outro? Ou melhor, o que me levou a me sentir incomodado com aquela situação? Fora à invasão do meu eu, ou a substituição do meu eu por um outro eu, que, de fato, se parece comigo?

A resposta poderá não ser tão fácil para muitos, mas neste caso, para mim, simples e irrelevante. Não me importo com a substituição, mas com o incomodo de saber que alguém esta desperdiçando, a única vida sem sentido que tem com outra mais sem sentido ainda, o anonimato da existência.
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by Augusto Filho

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