terça-feira, 6 de julho de 2010

A Árvore Má


A Árvore Má


Durante tempo indefinido,
a justiça parecia incerta.
Meu coração e minha mente
clamavam pela lei do retorno.
Quando colher os frutos da plantação?
Perguntava:
Quando a colheita vai chegar?
Quando esta fruta estará completamente amadurecida?
Queria a colheita, mas não queria ter que colher.
Não me importei com a colheita,
pois no meu jardim, eu sou o jardineiro.
Abandonei a árvore a sorte.
Sabia que seu fruto era mau .
Mas lá no fundo, sabia que era minha responsabilidade cortá-la.
Seu veneno colocava em risco a plantação,
mas eu não queria cortá-la.
Compreendia que mesmo com tanto veneno,
aquela árvore também era criação do divino.
Entretanto, a compreensão não me bastava.
Queria cortá-la, mas não queria sujar as mãos.
Então um estrangeiro visitando o jardim,
percebeu o perigo da árvore má,
pegou as ferramentas e começou a cortá-la.
Ao me avistar clamou por ajuda...
Peguei minhas ferramentas ajudei a cortar a árvore.
Pensei que ficaria feliz com seu tombar,
mas quando a vi cair,
meu coração se encheu de pesar,
pois fora com ajuda de minhas mãos e meus equipamentos que ela completou sua jornada.
E que queda!
Ansiei por esta colheita,
pelo retorno que inexoravelmente vem,
mas bem lá nos meus esconderijos...
Meu coração chora,
pois eu poderia controlar a influência do veneno
sem sujar minhas mãos...
Mas o tempo não volta...
E apesar da minha tristeza,
o retorno não deixa de vir.
E agora compreendo, relembro,
que nenhum retorno alheio precisa
vir por mim.
...
by Augusto Filho
PS. A continuar...