domingo, 28 de novembro de 2010

Minha morada



Minha morada

Tua luz parte a escuridão dos meus olhos
E enquanto contemplo o brilho da manhã
O véu que nos separa se abre por tua mão.
Oh quanta luz que me preenche e me invade!

Teus olhos me convidam ao abraço,
Mas meu coração em medo se distancia,
A largos passos, desta santa morada
Imperfeita sou desta sagrada companhia.

A suave voz me chama de amada
E me toma pela mão, acolhida, abençoada
Fuji de mim para o teu abraço
E neste encontro me torno luz.

Eu fugitiva de minha morada
Me torno o presente da alvorada
E com meu rosto em teu ombro descansado
Relembro os dias de nosso amor.

Em algum lugar a noite reina impetuosa
Mas nos teus braços eu sou as estrelas
Que iluminam a noite de nosso romance,
A estrada sinuosa de nossa paixão.

Nossas juras e nossas palavras
Tão antigas promessas em um beijo selado...
Como me esqueci deste teu toque?
Desta tua voz pelos campos e jardins?

Parada em teus braços eu me entrego
E pelo tempo em que juntos transformados
Teu olhar por mim lembrado me sussurra
Que ainda não é este meu tempo ou meu lugar.

Para minha morada donde fugi volto a tornar
Padecida em minha dor em coração partido
Do amado vou esquecer, mais uma vez
O toque, o beijo, o amor...


...
by Augusto Filho