segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Perdido



Perdido

Eu sempre me perdi em você
Não sei bem como acontece
Mas me perco em você
Me perco em seus cabelos
E em seus sentidos
Eu sou escravo
E como não vivo
Sem seu perfume
Me jogo ao acaso
Ao ciúme
Que me aprisiona
Me corrói
Me mata
Não sei bem como acontece
Mas me perco em você
Eu sempre me perdi em você
E neste labirinto
Perdido
Não sou quem era
Quem quero ser
Sou escravo
Além de mim
Peregrino sem destino
Que não sabe
Onde chegar
Não sei bem como acontece
Mas me perco em você
Eu sempre me perdi em você
Perdido
Enlutado
Sobre a máscara
Escondido
Sobre o espelho
Revelado
Perdido em seu olhar
Profundamente esquecido
Abertamente entregue
Perfeitamente morto
Não sei bem como acontece
Mas me perco em você
Eu sempre me perdi em você
Quero continuar perdido
Sem destino
Sem amor
Amor por mim
Entregue
Esquecido
Encarcerado
Não sei bem como acontece
Mas me perco em você
Eu sempre me perdi em você
Para sempre perdido
Para sempre esquecido
Para sempre
Do meu jeito
Sempre amado.


...
by Augusto Filho
10/10/11

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Meu deus está morto



Meu deus está morto

Meu deus está morto
E como não há deus
Eu sou o aborto
do meu adeus

Eu grito febril
deste desconforto
um sentimento pueril
de um pai deposto

Ouves quando queres
Intercedes sem solicitação
Assim, apenas conferes
Clamor a aberração

Se me desprezas
Eu não te quero
Nem as mazelas
Eu te exonero

Foge para os hebreus
Teu povo escolhido
Celebra os jubileus
Com teus filhos perdidos

Eu quero amor
Sem tuas inócuas leis
Não quero favor
Contra quem opereis?

Contra mim e meu jugo
Contra minha indignidade
neste mundo refugo
onde só há brutalidade?

Meu deus está morto
Não me ouve pedidos
Neste doloroso horto
Eu sou o bandido

Quando Moises gritou
Tu o ouviste
Mesmo o eu sou
Em chama pedistes

- Leva meu povo livre
Para poder me adorar
Livre agora sou
E não me ouves clamar

Eu te liberto deus
Deste martírio algoz
Volta para os hebreus
Teus filhos, hoje e após

Eu não sou teu filho
Nem promessa eterna
Mesmo por teu perfilho
Sou filho da caverna

Meu deus está morto
Morto como a herança
Desta pseudo aliança
Meu deus está morto

...
by Augusto Filho
29/05/11

domingo, 29 de maio de 2011

Teu corpo em meu corpo

Tomo teu corpo em minha mão
e por ele me torno tua.
Teu sangue com o meu sangue se confunde
e por este mistério tomo teu nome.

Preso ao madeiro te contemplo
E enquanto minha dor com sua dor
nos torna unidade, me maravilho!
Desce desta cruz para meus braços.

Teu corpo em mim vive
e por minhas mãos se faz meu.
Vem senhor até teu servo...

Vem por tempo ilimitado
e através de corpo e sangue
me torna puro em minha cruz.

...
by Augusto Filho
12/12/10

sábado, 28 de maio de 2011

O deus que há em mim



O deus que há em mim

Quão belas são as nuvens
que me movem como ondas
pelo oceano da imaginação
Capitão que não me mandas

E nesta luz de imensidão
percebo meu deus
dentro do furação
causado pelos medos meus

Que paz vislumbro
quando vejo neste mundo
a face oculta do coração
que me sorri, me dá a mão

É um longe tão perto
que neste labirinto inquieto
me perco em mim mesmo
e me acho na tormenta

E me acho na tormenta
que me quer aplacar
mas logo a voz mansa
me diz: Paz, aí está!

Meu coração te segue atordoado
o espírito sufocado
querendo teu beijo insano
que me consome maravilhado

E neste momento de entrega
o teu espírito me completa
em um dois que só pode ser um
A essência divina do meu eu

A essência divina do meu eu
que anseia pelo nós
pelo amor do após
que me torna chama

...
by Augusto Filho
23/04/2011

sábado, 25 de dezembro de 2010

Pseudo


Pseudo

Por que para mim quase tudo é tudo,
e quase nada é nada?
Minha companhia é a solidão.
Mas, minha solidão não é minha companheira.
O que me resta?
Minha imaginação.
Minha poesia.
Meu pseudo-sentimento de pertencimento.
Nada me resta.
Tudo se foi.
...
by Augusto Filho

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Palavras condicionantes


Palavras condicionantes

E continua as minhas palavras
vagas pelas entrelinhas de minha poesia
perturbadas pelas dores dos sentimentos
que me fazem sufocar os meus sonhos.

Queria gritar pelas ruas meus pensamentos
rasgar do peito esta dor
que me consome
e me condiciona ao natural, primitivo.

Este manto amargo
Este vinho rústico
O veneno absoluto que me mata
e me faz nascer mais uma vez.

Esta dor que bem conheço
vai passar, eu sei...
O tempo cura e tudo destrói
até o amor...


...
by Augusto Filho